segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Que seja eterno enquanto dure.

Era uma tarde como qualquer outra, um passeio no parque. As arvores se mexiam, os passaros voavam, o vento assobiava. As mãe vigiavam seus filhos brincando, os idosos caminhavam, os adolescentes namoravam e tomavam sorvete, o sorveiteiro sempre em fente ao lago. Tudo era bonito, feliz e saltitante! Então resolvi caminhar, respirar ar puro e pensar nas minhas próximas ações.

Tudo já estava esclarecido em meus pensamentos, eu agora já sabia o porque de tudo e tinha certeza de que não adiantaria tentar outra vez, mas mesmo assim estava decidido que, no minimo, teriamos uma conversa e só assim eu poderia saber se houve alguma mudança perceptivel, afinal se não tivesse mudado não teria ido atrás. De qualquer forma estava eu no parque para refletir.

Me deparei com uma linda menina, braquinha como neve, ruiva e de olhos cor de mel. Não me era um rosto estranho, mas eu tinha certeza que nunca tinha a visto, não que eu me lembrasse! Ela parou na minha frente, com cara de assustada me abriu um sorriso como se tivesse encontrado a solução de algum problema .
Sempre gostei de crianças e não foi a toa que fui professora a tantos anos, mas algo me dizia pra não confortar a criança... Mas como nunca ouvimos os nossos pensamentos, eu ali dei corda.

Heloísa era seu nome, cinco anos a sua idade. Me contou que estudava numa escola durante todo o dia, mas que naquela tarde estava passeando com seu tio do qual se perdeu. Pelo que entendi na conversa os pais eram separados, sua mãe muito ocupada e mal alou do pai, mas o tio sempre a levava para passear.

Fiquei curiosa e quis saber mais, alguma coisa me interessava em toda aquela história, eu só não tinha idéia do quanto. Pauei-lhe um sorvete de chocolate e outro de uva para mim. As pessoas que nos viam até pensavam que poderiamos ser mae e filha, mas fisicamente eramos totalmente diferentes; não me importava o pensamento das pessoas mas me senti como uma mãe, já que meus bebes não chegavam e por isso me encontrava naquela situação!

Antes que pensem, eu nao sou maniaca do parque e não sequestro criancinhas, mas a Heloisa que me procurou!
Eu queria leva-lá pra casa, fazer dela minha e dizer a todos que eu era capaz de ter uma criança, quem sabe minha vida de casada mudaria e assim seriamos plenamente felizes?
Foi uma ideia passageira, pois logo percebi que escurecia e eu precisava fazer a menina chegar às mãos de seu tio u qualqer parente que fosse, fomos juntas a procura mas sem que ela percebesse.

Todos do parque olhavam para nós duas caminhando, mas não vi nenhum rosto de preocupação entre os adultos ali presentes. Comecei a expressar minha preocupação, jamais gostaria de estar no lugar daquele tio, o que é que o irmão dele (pai da menina) pensaria? Imaginei várias situaçoes, até mesmo abandono pela familia.

Caminhamos durantes algumas horas e eu decidi ir até algum posto policial para informar sobre a menina, quando uma voz distante gritava pelo nome da menina, paramos de caminhar, e a voz foi se aproximando. Eu já estava certa que quando tivesse bem perto e a menina corresse para os braços de quem a chamava já sumiria, não queria criar vinculos de qualquer sentimento que fosse.
Heloísa virou e diisse "pai", eu curiosa virei para ver.

...

Ele estava apenas 10 anos mais velho, um rosto de homem de verdade e não mais com eição de adolescente como tinhamos no visto pela última vez. Usava roupas de adulto, eu passari desapercebida se o encontrasse andando por uma das avenidas da cidade, ou até não o teria recohecido se o que houve no passado não tivesse sido tão forte.

A menina abraçou seu pai, e juntos falamos o nome de um ao outro. Meus olhos brilhavam, meu coraçào bateu mais forte, ele sorriu, eu sorri. Pensei comigo que o destino poderia nos juntar uma outra vez, a começar por eu ter encontrado sua filha, foi um pensamento passageiro como todos os meus.

Decidimos nos abraçar, mas foi um tanto desajeitado e rápido, afinal, há muitos anos não nos viamos.

- Quer dizer, então, que você constituiu sua familia? Mulher... filha!
- Na verdade não é bem assim, mas a filha é minha!
- Uma linda garota e muito inteligente também!
- E você, onde estão seus filhos?
- E-eu nã-não te-tenho. (respondi com semblante triste e voz gaga)
- Me desculpe!
- Sem problemas, é a vida não é?
- Mas voê que sempre sonhou...
- É a vida não é? (interrompi antes que ele continuasse a dizer o meu sonho)
- E como encontrou Heloisa?
- Digamos que ela me encontrou!
- Ela estava em boas mãos, que bom. - E sorriu.

Retribui, sem palavras, com outro sorriso.
Acreditei por alguns instantes que iriamos até a esquina tomar um café, ou que ele me convidasse para um jantar de agradecimento, ou até que trocassemos o número de telefone. Mas esse pensamento foi interrompido quando ele me disse que já estava tarde, falamos tchau de longe e cada um retornou ao seu caminho.

Até meu apartamento a umas tres quadras dali, fui me recordando do rosto da menina, os olhos do pai e a aparencia da mãe.

Cumprimentei o porteiro noturno, apertei o quarto andar no elevador, tirei a chave do bolso e abri a porta.
Meu marido sentado na sala, com algumas malas ao lado do sofá. Perguntei o que era aquilo e ele respondeu: "são malas". Eu disse que estava vendo o que era, mas queria saber sobre a situação.
Ele levantou me deu um abraço forte e disse:

- Numa entrevista a Vinicius de Moraes perguntaram-lhe se ele acreditava que existia um só amor e se ele era eterno. E sabe o que ele respondeu?
- Que era eterno enquanto durasse, acertei?
- Sim, e você sabe que ele não teve apenas uma mulher.
- Sei! Mas o que...
- Foi eterno enquanto durou!

Ele pegou as malas e saiu pela porta.
E eu ali... sem ação!
Nunca mais o vi... nem a ele e nem ao pai de Heloisa.

2 comentários:

  1. OK, OK, OK sua intençao era mosrtas as emoçoes de um "casal" que se reencontra, mas esse pai podia ter se mostrado mais preocupado com a menina ao encontra-la. Que cara desleixado..huahuuha

    Gostei da participação do Vinicius.

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  2. Mas desde o começo meio que deixa claro que o pai não se importa muito com a filha e tals! ahsuhaushaushuhsa

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